Até o deserto pode nos ensinar lições preciosas!
[Parte 2/3]
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Para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os
seus mandamentos
Penso que os mandamentos de Deus, que na história do pensamento
humano foram transformados em DEVERES, são mais para nossa pro-
teção e para trazer qualidade e dignididade de vida a todos. Seriam como
que especificações naturais para o funcionamento adequado de nossa
vida, de nossos relacionamentos seja conosco mesmos, com o próximo,
com o Criador e com a natureza criada.
O contagiros do carro, por exemplo, mostra os limites da rotação do
motor, se passarmos desses limites o motor fica danificado e precisa de
manutenção ou até fica irreparável. Não é diferente conosco. Veja um
exemplo teológico simples que Jesus nos ensinou utilizando a palavra
“mandamento”:
Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é:
‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há outro mandamento
maior do que estes. [Marcos 12.30,31]
Temos aqui dois “mandamentos”, mas três níveis de relacionamentos.
No fundo, os princípios e valores bíblicos que Deus nos apresenta de-
scrições ou especificações que mostram a nossa natureza e
possibilidades; nossos limites, que, se forem ultrapassados, trarão
enormes prejuízos para nossa história.
Por isso o primeiro caminho é amar a Deus sobre qualquer coisa, e isto
significa inclusive levar a sério as especificações para as quais fomos por
Ele criados.
Para amar o próximo, eu necessito antes ter autoimagem equilibrada -
“amar-se-a-si-mesmo” - e é isso que vou projetar em meus relacionamen-
tos com o próximo. A minha saúde não apenas espiritual, mas também
emocional/mental, e, porque não, física (neurotransmissores, hormônios
etc), vão me trazer bem-estar que vai ser o impusionador de meus rela-
cionamentos com as pessoas.
Dá para entender o que Deus deseja sobre o que está em nosso interior
(coração)? Se levaremos a sério os ideais e valores que Ele já nos apresen-
tou em sua Palavra?
Aqui também entra outro princípio que os livros de Teologia nem sempre
lembram: a liberdade completa conseguimos quando rejeitamos a falsa
liberdade que nos leva a fazer o que bem entendemos, sem levar em
conta a razão de nossa existência e o sentido da vida!
Neste momento não há como deixar de lado a ilustração que temos no
filme Matrix, quando Morpheus oferece para Anderson (Neo) a escolha
entre a pílula vermelha e a azul (para mim aquela pílula é verde, sou
dautônico. rsss). A liberdade estava ali, continuar vivendo a ilusão de que
era livre ou tomar a pílula vermelha e escolher entrar no mundo real
para o qual ele existia.
Deus, com o deserto, está como que oferecendo-nos a mesma coisa, qual a
escolha vamos fazer?
Um carro não é independente fazendo o que quer, pois é algo que cri-
amos para atender objetivos específicos e, naturalmente, o próprio carro
tem limitações de funcionamento a partir dos objetivos de sua criação e
limitações próprias de sua natureza.
Não é diferente com o
ser humano, não somos
infinitos, vivemos em co-
mundade, por isso, não
temos liberdade ampla,
total e irrestrita. Somos
limitados, somos seres
individuais, mas tam-
bém sociais, emocionais, físicos, espirituais, assim como seres políticos,
econômicos, pensantes. Cada um destes aspectos de nossa natureza tem
suas características próprias, mas também, para poderem coexisistir,
possuem limitações.
E aqui é que entram os princípios básicos de vida, que ao longo da
Palavra de Deus, são chamados de mandamentos e, no decorrer da
“revelação progressiva”, quando a linha histórica chega ao tempo do
Novo Testamento, Jesus resume tudo em dois “mandamentos” [Marcos
12.29ss].
Paulo avança um pouco mais mencionando o voluntarismo em diversas
ocasiões [Ex.: Gálatas 5.1,13,14; 1 Coríntios 8.9, 13,14; Colossenses 2.20,23;
1 Tm 6.6]. Então, a partir disso, o ponto não é mais se devo ou não devo
fazer isto ou aquilo, mas que optei voluntariamente em seguir as especifi-
cações (“mandamentos”) que descrevem minha natureza humana. Então
o ponto passa a ser, de outro modo, que “optei fazer ou não fazer algo”.
E aqui é que está a essência deste motivo do deserto exemplificado neste
texto bíblico chave da reflexão que estamos utilizando, Deus quer
mostrar para cada um de nós o quanto estamos ou não alinhados com
estas especificações (“mandamentos”) que Ele, Criador, estabeleceu para
fazer funcionar adequadamente a natureza humana, o quanto as
valorizamos, priorizamos e as temos como fundamentos para nossas
escolhas diárias.
PARTE 1 | PARTE 3
Lourenço Stelio Rega
É pastor desde 1977. Teólogo, eticista e escritor.
Bacharel e Mestre em Teologia, Licenciado em Filosofia, Pós-
graduado em Análise de Sistemas, Mestre em Educação, Doutor
em Ciências da Religião. Tem formação na área de liderança.
Diretor da Teológica. Professor de Ética/Bioética, Administração
Eclesiástica, Filosofia da Religião, Liderança e Ferramentas para
Gestão Estratégica
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“A essência deste motivo do de-
serto é que Deus quer mostrar
para cada um de nós o quanto es-
tamos ou não alinhados com as
especificações (“mandamentos”)
que Ele, Criador, estabeleceu para
fazer funcionar adequadamente a
natureza humana.”