A experiência da humilhação
[Estudos no Livro de Salmos - cap. 5]
Dá ouvidos, SENHOR, às minhas palavras e acode ao meu gemido. Escuta, Rei meu
e Deus meu, a minha voz que clama, pois a ti é que imploro. De manhã, SENHOR,
ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração e fico esperando ...
SENHOR, guia-me na tua justiça ... regozijem-se todos os que confiam em ti;
folguem de júbilo para sempre, porque tu os defendes; e em ti se gloriem os que
amam o teu nome. Pois tu, SENHOR, abençoas o justo e, como escudo, o cercas da
tua benevolência. [Salmo 5.1ss]
Em tempos em que Deus parece ter se tornado um Papai Noel no imag-
inário religioso – ou seja, uma divindade que só existe para atender os
pedidos egoístas das pessoas – o salmista revela que quem ora se dirige
ao Rei. Não qualquer Rei, mas o Rei do salmista - “meu Rei e meu Deus”.
Quando pensamos em pessoas poderosas, com cargos e posições impor-
tantes e imponentes, logo vem à mente pessoas inacessíveis. Deus - o Rei
do salmista - muito pelo contrário, sempre é acessível.
Certamente Deus aqui é Rei. Porém, é Rei pessoal. O que possibilita este
acesso? O que torna Deus acessível à humanidade tão distante de sua
glória? O reconhecimento de nosso estado infinto, limitado, nos leva ao
estado conhecido na Bíblia como “experiência de humilhação” e isso é
decisivo para construção de um tipo de espiritualidade que permita
acesso ao Rei como o nosso.
É possível perceber que quem ora geme, grita e implora ao Altíssimo.
Assim o faz por estar angustiado e carente da ajuda do Eterno. Quem ora
o faz com esperança, pois
sabe que o Todo-Poderoso
está disponível para ajudar
a recolher os cacos da ex-
istência angustiada da alma
humana.
A oração do salmista também denuncia a atitude contrária a da
humilhação. Quem não se humilha, pedindo ajuda, gritando por socorro
e implorando atenção, é arrogante. O arrogante se percebe autossufi-
ciente, completo e pleno em si mesmo. Sua atitude é em si mesma
mentirosa, mas não para por ai. A mente arrogante trama, pois confia
que sua inteligência carnal, seu vocabulário ácido e tóxico e sua sabedo-
ria que cheira morte o torna sempre vencedor. Doce engano. O Dono do
mundo não tolera tal comportamento e não suporta em Sua presença
quem não se humilha.
Aparentemente a experiência da humilhação soa como algo ruim e
negativo. Ao contrário, somente quem leva em conta sua limitação, sua
finitude e sua necessidade de um Salvador e Libertador é quem encontra
a verdadeira sabedoria e felicidade. Quem se humilha encontra em Deus
refúgio. Quem se humilha encontra a graça e a misericórdia do Senhor. O
justo nada mais é do que um filho pródigo que volta arrependido com a
expectativa do amor mediano do Pai. Porém, humilhado, o filho se
depara com uma fonte de amor que transborda eternamente.
Diferentemente da busca de um “deus” Papai Noel, aquele que se hu-
milha e busca o Rei, o aceita como tal e aceita sua resposta, seja qual for.
Quem se humilha, canta a canção de quem encontrou abrigo,
aconchego e paz (shalom).
André Anéas
É pastor da Igreja Batista em Quitaúna (IBQ). Bacharel em Teologia,
Doutorando e Mestre em Teologia. Coordenador dos cursos de Pós-
graduação da Teológica, onde também é professor da área de
Teologia Sistemática. É também escritor de livros e artigos.
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“Diferentemente da busca de um
‘Deus-Papel Noel’, aquele que se
humilha e busca o Rei e aceita sua
resposta, seja qual for.”