Somos todos ovelhas

Na minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos. [Salmo 18.5] Disse Jesus: ’Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas ... conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas'. [João 10.11, 14, 15] Em situações de crise a presença da liderança se torna fundamental para manter a estabilidade do grupo, indicar novos caminhos e mesmo fortalecer os que estão fracos. No cenário da igreja esse líder é o pastor. Espera-se dele que mantenha a igreja unida, que ajude os membros (que aqui chamarei de ‘ovelhas’) a vencerem as crises naturais de momentos assim, que promova a paz, que encoraje os que estão fracos e, obvia- mente, que responda a perguntas cruciais com a clareza da Palavra de Deus. Você há de concordar comigo que são grandes expectativas e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade. E, exatamente nesse contexto, muitos se esquecem que o pastor – e o líder em geral – também tem suas perguntas, inquietudes, dúvidas e sofrimentos. O pastor não está isento de pressões emocionais próprias dos momentos de crise. O pastor também é gente, ou melhor, também é ‘ovelha.’ Muitas vezes ele não se enxerga assim e nem os outros o enx- ergam dessa maneira. Mas, se todos sofrem diante de uma crise, para os líderes não é diferente, apesar de engolirem sua dor e manterem-se firmes em seu trabalho. Biblicamente falando, todos são ovelhas, líderes e liderados, pastores e membros. E como tal, todos precisamos receber cuidado. Todos pre- cisamos de encorajamento, ânimo e esperança. Como ovelha que é, o líder precisará de um pastor. E, esse pastor de pastores, será o próprio Jesus, nosso pastor supremo, aquele que nos apascenta em todos os momentos, mas o faz de maneira especial quando vivemos situações de crise. Para apascentar as ovelhas – os membros – o pastor precisará estar apascentado e para que isso aconteça será muito importante experimen- tar o cuidado de Jesus Cristo da maneira mais intensa possível. E como isso acontece? Por meio de comunhão com o Mestre. Apesar da demanda de trabalho aumentar significativamente em momentos de crise, o pastor precisará de momentos a sós com Ele pela oração. Também precisará alimentar sua alma com a Palavra de Deus. Precisará ser ministrado por Jesus por meio de alguém, que pode ser um colega, um conselheiro e até em alguns casos participar de uma palestra ou ler um livro que lhe falarão com tanta nitidez que se transformará em verdadeira minis- tração pessoal ao coração. Diante das crises somos todos ovelhas. Todos precisamos de cuidado. E sem esse cuidado, corremos o risco de perecer. Fomos chamados exata- mente assim por Jesus Cristo [Mateus 9.36] porque Ele, em sua humanidade, experimentou também a necessidade de cuidado. Ele vivenciou a dor humana diante das crises. A solidão da crise vivida momentos antes da crucificação revela esse lado tão carente de todo o ser humano ao passar por situações duras, tristes, complicadas – enfim, passar por crises. Ao nos chamar de ‘ovelhas’ Jesus revelou nosso caráter dependente e nossa incapacidade de lidar com todas as situações sem precisarmos de auxílio. Conscientes de nossa condição de ‘ovelhas’ precisamos desse cuidado constante do pastor Jesus Cristo. Apascentados por Ele teremos condição de apascentar – ou liderar – outras pessoas que semelhantemente a nós estão perdidas em meio às crises e tristes por não conseguirem adminis- trar de modo pleno situações tão inesperadas. Você tem buscado o cuidado do pastor Jesus Cristo em sua vida? Ele promete nos apascentar perfeitamente no Salmo 23. E o fará se como ovelhas permitirmos seu cuidado e liderança. Seja ovelha, deixe o pastor cuidar de você.

Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez

Pastor da Igreja Batista Betel, São Paulo, Capital. Bacharel em Teologia, Mestre em Ciências da Religião, Pós Graduado em Liderança. MBA em Gestão de Projetos. Professor da Teológica.

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